A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) recebeu, na última sexta-feira (20), ofício do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) no qual se compromete a garantir a livre manifestação dos torcedores nos estádios de futebol. A comunicação foi uma resposta a um documento enviado pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da instituição à Polícia Militar para pedir esclarecimentos sobre a apreensão, por policiais, de uma faixa com a mensagem "Botafogo Antifascista", durante um jogo.    

A apreensão aconteceu no último dia 8 de dezembro, no Estádio Nilton Santos, no jogo do Botafogo e Ceará. No ofício, o Nudedh afirma que as “manifestações antifascistas não violam a finalidade festiva ou amigável do evento desportivo, pois não são discriminatórias e tampouco possuem conteúdo ofensivo, racista ou xenófobo”. Por contrariar direitos fundamentais, previstos na Constituição Federal, o núcleo requereu informações e esclarecimentos acerca do episódio. 

Em resposta, o Bepe afirmou que “a providência adotada pelos policiais no dia do fato não teve qualquer cunho político, mas sim preventivo, tendo em vista que manifestações políticas anteriores já deflagraram alguns princípios de tumulto devido ao antagonismo político existente entre os frequentadores dos estádios, ocasiões em que foi necessária uma rápida intervenção policial para acalmar os ânimos”.

No documento, a corporação se comprometeu “a orientar seus comandados para que seja garantida a livre manifestação, inclusive com faixa de cunho político desde que pacificas e não discriminatórias”. 

O Bepe também informou que agendou para janeiro uma reunião com as torcidas denominadas “antifascistas” a fim de ajustar os procedimentos para a obtenção de autorização de entrada de materiais nos estádios de futebol, como já ocorre com as demais torcidas.



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