O Sistema Verde da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) lançou em janeiro uma importante funcionalidade: a transcrição em texto das audiências e depoimentos gravados, dentre outros arquivos de áudio e vídeo anexados aos processos nos quais a instituição atua. Por facilitar uma tarefa morosa, porém imprescindível para o bom resultado de qualquer ação judicial, a nova aplicação despertou a atenção de outros órgãos do sistema de justiça. Tanto que nesta quinta-feira (21), a DPRJ realizou uma apresentação de seu principal software de trabalho para uma comitiva do Ministério Público Estadual (MPRJ).
A apresentação aconteceu no auditório do segundo andar do edifício-sede da DPRJ, no Centro. Com a presença do procurador-geral de Justiça Eduardo Gussem, os integrantes do MPRJ conheceram o Verde. O Sistema está em funcionamento na Defensoria Pública desde 2017 e foi desenvolvido por técnicos da Coppe/UFRJ, que estiveram presentes à reunião.
O Sistema Verte está sendo implantada em etapas e atualmente é utilizado por 220 órgãos de atuação da DPRJ. O software registra, organiza e reúne todo o histórico de atendimento, judicial ou extrajudicial, prestado a cada usuário da Defensoria Pública, em uma espécie de prontuário acessível à defensora ou ao defensor responsável por meio de qualquer dispositivo com acesso à internet.
Na apresentação, o diretor de Gestão da Informação da DPRJ, Vitor Reis, falou sobre o “ecossistema do Verde” e apresentou as funcionalidades para a CRC. A plataforma conta com uma “árvore de decisão”: telas intuitivas a serem preenchidas de forma rápida pelos atendentes com os dados das pessoas que buscam à instituição. Informações relativas ao agendamento do atendimento e a lista de documentos são fornecidas por gravações, otimizando o atendimento.
Reis explicou que o Sistema Verde, em razão de algumas funcionalidades, tem integração com sistemas externos. Um exemplo é o Processo Eletrônico do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o que permite às defensoras e defensores distribuírem ações e peticionarem nos processos diretamente da plataforma. Por causa do atendimento nas unidades prisionais, o software também é conectado ao Sipen (Sistema de Identificação Penitenciário).
Já o transcription é uma funcionalidade do Google, contratada pela Defensoria Pública especificamente para o Verde. Ele demonstrou como funciona a ferramenta na prática. Por fim, ele apresentou o Verde Cidadão – aplicativo que a instituição está desenvolvendo pelo qual a população poderá agendar o primeiro atendimento, acompanhar os processos que tiver na DPRJ e acessar outros serviços.
– O Sistema Verde permite reunir toda a vida de nossos usuários em uma única plataforma – afirmou Reis.
Eduardo Gussem elogiou a iniciativa. O procurador destacou a importância da troca de experiências pelas instituições e destacou que o MPRJ também está à disposição da Defensoria Pública.
– Como cidadãos, ficamos muito orgulhosos de ver esse crescimento das instituições do Rio de Janeiro. Todos sabemos que o Rio foi ao fundo do poço. Cabe a nós modificar essa visão do nosso Estado. Não tenho dúvida que o caminho é por meio de tecnologia e inovação. Realmente o que vocês estão fazendo é transformador e motivador para todos nós. E é importante que as instituições caminhem juntas. O que pudermos compartilhar com vocês, contem conosco – afirmou.
O defensor público-geral Rodrigo Pacheco também destacou a importância da troca de experiências e elogiou iniciativas do MPRJ, como o MP em Mapas e o Integra.
– O Ministério Público tem sido um grande líder no tocante às inovações. E o MP em Mapas é um grande exemplo e uma referência para todos do sistema de Justiça. Há também o Integra. São vários laboratórios. Ficamos tentando aprender tudo. Temos tentado, nos últimos três anos, mudar a cultura da instituição. Esse é o nosso desafio. A gente está caminhando. Hoje, 50% dos núcleos de primeiro atendimento da DPRJ usam o Verde. E os dados gerados são impactantes. Temos um volume imenso de trabalho – ressaltou Pacheco.