Representantes da Defensoria Pública reúnem-se com educadores em Campo Grande

 

A terceira edição do projeto “Defensoria cumprindo o seu papel na educação” chegou a Campo Grande para dialogar com os profissionais da zona oeste do Rio de Janeiro na última sexta-feira (9). Sediado pelo Instituto de Educação Sarah Kubitschek (IESK), o encontro lotou o auditório da escola de diretores e professores. A região, que é acometida por um alto índice de violência, relatou durante todo o evento os efeitos que isso gera dentro das escolas. Realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC), o projeto, entre outros pontos, leva educação em direitos aos profissionais do setor também promovendo o diálogo em relação à prevenção de conflitos.

Dando início ao evento, a mesa de abertura contou com a presença do secretário de educação Pedro Fernandes, que expressou sua satisfação pelo projeto e reiterou a importância dele não só para a vida escolar, mas para a vida em sociedade. 

– É preciso melhorar o nosso desempenho para que os alunos das nossas escolas hoje não se tornem usuários do Degase amanhã – destacou Pedro na abertura do seminário.

Essa edição foi marcada pelo debate sobre inteligência emocional como ferramenta para contenção de conflitos. O secretário, durante sua fala, expôs o seu desejo de que haja psicólogos em todas as escolas. Quem ressaltou essa importância foi o defensor público da 2ª Vara de Família de Santa Cruz, Daniel França, que também é psicólogo. Ele destaca a importância de se conhecer os próprios sentimentos para entender os dos outros. 

– Falar de amor não pode ser piegas. O amor é o que nos move. Precisamos exercitar mais a vivência do amor – ressaltou Daniel.

E isso foi reafirmado pela defensora pública do II Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Bangu, Maythe Gammaro, que palestrou sobre violência contra a mulher e explicou que no seu trabalho muitas vezes precisa dar ensinamentos aprendidos na fase de alfabetização. 

– Eu preciso dizer para pessoas de 40 anos que não pode bater. A inteligência emocional precisa ser desenvolvida desde cedo para que não tenhamos adultos infantilizados – explicou Maythe.

A programação contou ainda com um intenso debate sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, ministrado pela defensora pública da Coordenadoria de Direitos da Criança e do Adolescente da DPRJ, Maria Carmem de Sá, que rendeu diversos questionamentos principalmente sobre como resolver problemas que ultrapassam os limites da escola. Viviane Alves, diretora do Colégio Estadual Marieta Cunha da Silva, na Vila Aliança, em Bangu, conta que não tem tantos problemas com o conflito dos alunos, o que mais atinge a unidade são os conflitos no entorno. Por conta disso, a diretora vê a necessidade de saber o que fazer.

– A gente precisa ter mais conhecimento para saber agir da forma correta. Acho que esse foi o grande porquê de está aqui – contou Viviane. 

Muito satisfeita durante todo o evento, Dayse Cardoso, que é a diretora do IESK, foi muito elogiada pela estrutura da unidade e por sua recepção. O colégio, que é conhecido e concorrido na região por conter o curso de formação de professores, aloca os alunos em tempo integral. No final do seminário, Dayse enfatiza a importância do projeto para todos os educadores. 

– Quando você para pra discutir e percebe que seu problema não é uma ilha, você troca experiências e isso abre um leque de opções e te insere num contexto maior. Então precisa acontecer mais e mais – enfatiza Dayse.

Lançado em maio, o projeto só está no começo e ainda pretende chegar a muitas escolas.

Confira as fotos no nosso Flickr!

Texto: Julliana Reis



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