A aula inaugural da 2º edição do Curso de Formação de Defensoras Populares, na última sexta-feira (2), foi marcada pelo debate sobre Políticas públicas de enfrentamento e prevenção às várias formas de violências contra as mulheres. O projeto está sendo realizado para a população de São Gonçalo e visa a aproximação em especial das mulheres periféricas. Por meio das aulas, a iniciativa promove a educação em direitos e a discussão de assuntos relacionados à realidade da mulher na sociedade brasileira.
Presente na aula de abertura, o defensor público-geral do Estado, Rodrigo Pacheco, reforçou a importância do projeto na garantia dos direitos das mulheres.
– Esse curso é muito emblemático num momento onde os indicadores de feminicídio são maiores. É importante que haja uma troca de conhecimento, principalmente para nossa instituição, de como enfrentar a tortura e a violência de gênero – afirmou.
Para a subsecretária de políticas para Mulheres do Estado, Sandra Ornelas, a possibilidade de debater políticas públicas com as mulheres que sentem seus efeitos diariamente é imprescindível para que medidas efetivas sejam construídas.
– Essa capacitação é para nós e para as pessoas que estão na comunidade, para que a gente possa compreender e aprender junto. Às vezes você não consegue estabelecer uma política pública efetiva pela falta de conhecimento. Essa possibilidade de dialogar e poder construir políticas juntos é fundamental.
Mais de 50 mulheres se inscreveram para participar dos encontros, onde serão debatidas questões relacionadas à saúde da mulher, gênero e diversidade sexual, aspectos étnico-racial do movimento de mulheres, questões sobre direitos civis e até mesmo as questões das mulheres em cárcere.
Além do defensor-público geral do Estado do Rio de Janeiro, participaram da aula-inaugural a diretora de capacitação do Centro de Estudos Jurídicos Adriana Britto; a defensora pública e coordenadora de defesa dos direitos da mulher Flávia Nascimento; a historiadora e doutora em serviço social pela PUC-RIO Luciana Medeiros; a professora de artes visuais e de educação básica do Rio de Janeiro e Duque de Caxias Marê Travassos; e a mestre em serviço social e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Geografia Regional da África e da Diáspora Silvia Cristina.