Os avanços e os desafios da comunidade LGBTI+ foram assuntos da roda de conversa que aconteceu na tarde da última sexta-feira (12) na sede da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), no Centro. O evento, que contou com o apoio do Centro de Estudos Jurídicos (Cejur) e da Fundação Escola Superior da Defensoria Pública (Fesudeperj), celebrou os 50 anos das revoltas ocorridas em Stonewall, um bar localizado em Nova Iorque, nos Estados Unidos. As manifestações são consideradas um marco na história de resistência da comunidade LGBTI+. O evento, organizado pelo Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos (Nudversis), contou com a participação de representantes de cada segmento da comunidade LGBTI+. A coordenadora do Nudversis Letícia Furtado ressaltou a importância da diversidade entre os convidados.
- O evento só tem legitimidade se houver diversidade. Se vamos celebrar o Orgulho LGBTI+, é necessário que cada segmento dessa comunidade esteja presente e se faça representar, manifestando a sua verdade - afirma.
Estiveram presentes no evento, que contou com um público de aproximadamente 50 pessoas, a integrante da Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL) Michele Seixas; a coautora do dossiê sobre lesbocídio no Brasil Suane Soares; a integrante do Coletivo Bisibilidade Alyne Ewelyn; o Presidente do Grupo Diversidade Niterói (GDN) Felipe Carvalho; a ativista Indianare Siqueira; o ativista Leonardo Peçanha; o integrante da Associação Brasileira de Intersexos Amiel Vieira; a integrante do projeto LGBT+ Germana Mello; ativista pela transgeneridade não-binária Nick Thomás; e a coordenadora do Mães pela Diversidade do Rio de Janeiro Silvana Hedi.
Os participantes compartilharam suas experiências e ressaltaram a importância da produção de estatísticas e políticas públicas atentas às demandas de cada segmento da população LGBTI+. Assim como outros participantes, a integrante do Coletivo Bisibilidade Alyne Ewelyn falou sobre a invisibilidade da população LGBTI+ nos registros das instituições públicas.
- O estado tem obrigação de construir essas estatísticas. A falta de dados nas instituições públicas nos invisibiliza. Dessa forma, como implementar políticas públicas se não existimos oficialmente nesses espaços?
Diante de um cenário de retrocesso em relação à garantia de direitos das minorias e das populações em situação de vulnerabilidade, o defensor público-geral Rodrigo Pacheco reforçou a necessidade de uma atuação conjunta entre a Defensoria Pública e a população.
A Defensoria é um lugar que precisa se aproximar das populações mais vulneráveis para construir nossas ações de forma colaborativa. Precisamos estar juntos para resistir e ampliar direitos - enfatizou Pacheco.
O evento teve início com uma mesa de abertura composta pelo Defensor Público-Geral Rodrigo Pacheco; pela diretora acadêmica da Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Fesudeperj) Cíntia Guedes; pela presidenta da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro Juliana Lintz; e pela coordenadora do Nudversis Letícia Furtado.