Edson é o aluno mais antigo do projeto e pretende ingressar no Colégio Pedro II

 

Há três meses, o lanterneiro Edson Monteiro, de 51 anos, conseguiu um trabalho e deixou de morar na rua. Cursando a 7ª série em uma escolar regular, ele tem reforçado seus estudos frequentando as aulas do projeto Acelerando a Escolaridade. A iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Rio, em parceria com a Fundação Escola Superior da Defensoria Publica, é destinada às pessoas em situação de vulnerabilidade social e oferece aulas de português, matemática, história e geografia.

Em sua segunda edição, o Acelerando a Escolaridade formou cerca de 30 alunos, e Edson faz parte desse grupo de formandos. A entrega dos certificados de conclusão aconteceu no dia 13 de dezembro, no auditório da Fesudeperj.

–  Estou no projeto há mais de um ano porque o ensino dos professores daqui é muito mais forte do que o da minha escola. Estou me esforçando para conseguir entrar no Colégio Pedro II no ano que vem e depois, prestar vestibular para Direito –  disse Edson.

Além da cerimônia de entrega de diplomas, o evento contou com a exibição de fotos dos alunos nos passeios a museus, projeção de frases feitas pelos mesmos e apresentação de rap. 

Marcelo Silva, de 40, que se identifica como MC ML, é rapper e apresentou duas de suas composições no dia da formatura: "Tudo numa noite" e "Eles matam", feitas em parceria com o MC Lobo. Ele foi um dos últimos a participar do projeto. 

– Enfrentei muitas dificuldades até conhecer o Acelerando. Agora, eu quero fazer a prova do Enem para garantir meu diploma de Ensino Médio e depois fazer faculdade de Serviço Social –  disse Marcelo. 

Muitos participantes deste projeto se abrigam diariamente na porta da Defensoria do Estado. Além da situação de vulnerabilidade e falta de emprego, muitos também buscaram o Acelerando para aprender a ler e escrever. A iniciativa foi lançada em 2017 e a previsão é que as aulas da próxima edição comecem no dia 4 de fevereiro de 2019. Os alunos têm 8 meses de aulas de português, matemática, história e geografia. As turmas são divididas de acordo com o nível de aprendizado de cada pessoa. 

A divulgação do Acelerando, segundo a defensora Sara Quimas, acontece entre os próprios alunos e também no projeto Gastromotiva, na Lapa, onde a grande maioria, que se encontra nessas condições, realizam algumas refeições diárias. A cada edição do Acelerando, são disponibilizadas 50 vagas. Os interessados em participar devem comparecer à sede da Defensoria ( Avenida Presidente Câmara, 314, Centro) e deixar o nome na recepção do prédio.



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