Racismo e falta de acesso aos pontos turísticos do Rio de Janeiro são as formas de exclusão citadas pelos vencedores do IV concurso de desenho e redação Palavra Viva, da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro em parceria com o Município do Rio de Janeiro. O tema desta quarta edição "Rio: o que me inclui e o que me exclui", selecionou 63 trabalhos de crianças e adolescentes.
O evento foi realizado em parceria entre a Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDEDICA) e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, com apoio da Fundação Escola da Defensoria Pública do Estado (Fesudeperj) e da Associação dos Defensores Públicos do Estado (Adperj), do Unicirco Marcos Frota, onde foi realizada a premiação, no dia 4 de novembro, sucedida de espetáculo circense.
Ao todo, foram 24 textos e 39 desenhos escolhidos. Os participantes, com idades entre 4 e 18 anos, expressaram que se sentem excluídos da sociedade quando estão expostos ao racismo e a falta de acesso aos cartões postais da cidade.
Eles também demonstraram preocupação com a violência nos espaços públicos e pediram psicólogos e assistentes sociais nas escolas. Os premiados receberam um kit com mochila, caderno, estojo, caneta, lápis e a cartilha "Toda criança tem direitos" lançada pela Coordenação de Infância e Juventude da Defensoria Pública e a CDEDICA, com o apoio da Fesudeperj e do Centro de Estudos Jurídicos, por ocasião do mês da criança.
– Esse ano, o racismo foi colocado em questão como fator de exclusão social. Esses meninos e meninas revelaram o que sentiram quando perceberam que foram vítimas de racismo na escola ou nos espaços públicos, disse a defensora da Coordenadoria de Defesa da Criança e do Adolescente – Eufrásia das Virgens.
Voltado para crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, os participantes também contaram o que os fazem se sentir incluídos na sociedade. Segundo a defensora, através do projeto Circulando, da SMASDH, conforme relato de algumas redações, crianças e adolescentes que estão em acolhimento institucional puderam conhecer os pontos turísticos da cidade, e isso elevou a autoestima deles.
– Temos visto um impacto muito positivo na vida de crianças e adolescentes pelo acesso aos pontos turísticos da cidade. Em muitos trabalhos, eles diziam que o Pão de Açúcar ou Cristo Redentor, antes inacessíveis, foram visitados e isso representou uma mudança na perspectiva de suas vidas, sobretudo de inclusão e participação na cidade – comentou a defensora.
O concurso foi criado em 2015 para promover a participação de crianças e adolescentes no que diz respeito aos seus interesses. Nas edições anteriores, os participantes responderam a questões "Como eu me imagino aos 25 anos?, tema do primeiro concurso, "Para quem daria uma medalha de ouro?", do segundo, e no concurso anterior, as crianças e adolescentes apresentaram trabalhos sobre "A escola dos meus sonhos".