O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da DPRJ esteve no dia 31 de outubro no CAPSI Pequeno Hans, no Jardim Sulacap, para promover uma atividade artística de Grafite com os jovens da unidade. O espaço, que atende em torno de 300 crianças com algum tipo de transtorno mental, está completando 20 anos e é pioneiro na luta antimanicomial. Apesar do movimento se organizar desde os anos 80, as mudanças na política manicomial e garantia de direitos básicos aos pacientes só se tornaram lei há 18 anos.
A ideia do Grafite surgiu ano passado, em uma das visitas da Defensoria pelo projeto Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que visita os postos de saúde mental dos municípios entrevistando usuários e familiares para conhecer as necessidades e deficiências do serviço e cobrar dos gestores municipais sua melhoria. A diretora na época comentou que achava o ambiente muito branco e cinza e sentia falta de cores, algo mais divertido para as crianças. A defensora do Nudedh Gislaine Kepe contou que foi uma longa busca por autorizações e apoio financeiro, mas eles finalmente conseguiram.
- Demorou bastante a organização dessa atividade, mas foi muito feliz porque acabou caindo justamente no aniversário do CAPSI. Uma data que precisamos comemorar porque é muito necessário falar sobre direitos humanos e sobre inclusão de pessoas vulneráveis.
A arte ficou por conta do profissional Rodrigo de Andrade, mais conhecido como “Maisalto”. Ele já realizou algumas oficinas com a Defensoria de Caxias, inclusive um trabalho nos muros da própria sede de lá. Com a sugestão dos próprios jovens que estavam presentes, Rodrigo desenvolveu uma composição que contou com a participação das crianças, bem como dos profissionais, na hora da pintura. Esta atividade contou com o apoio do Centro de Estudos Jurídicos do Rio (Cejur) e a Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado (Fesudeperj).
Também foi distribuído um livreto infantil, elaborado pela DPRJ, que apresenta de forma ilustrada os principais direitos das crianças. A psicóloga Marina Vilar e a assistente social Thalita Thomé, da equipe do Nudedh, participaram desde a ideia e ficaram muito felizes:
- Uma das maiores dificuldades dessas crianças é a interação social, então, através do lúdico, das cores, elas se soltaram bastante e participaram mesmo. E é uma arte com a participação deles, então sempre que eles olharem, vão se identificar e com certeza se sentir mais acolhidos - disse Marina.
Serviço
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades com caráter aberto e comunitário que prestam serviços de saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com dependência química.
Esses espaços podem entrar em contato com a Defensoria Pública para pedir eventuais vistorias ou apoio para alguma situação. Basta entrar em contato com o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos: 2332-6186 (2ª a 6ª feira, das 10:00h às 18:00h).
Texto e foto: Jaqueline Banai