“Saber mais sobre os meus direitos vai dar uma guinada na minha vida. É que, além de me defender, vou poder ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo quando tiverem algum direito violado”. Assim resumiu Reinaldo Junior, de 18 anos, a expectativa que tem em relação ao projeto Defensores da Paz, inaugurado pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), no último sábado (22/9), na cidade de Duque de Caxias. O curso é uma iniciativa da Coordenadoria-Geral de Programas Institucionais e do Núcleo de Defesa de Direitos Humanos, com apoio do Centro de Estudos Jurídicos (Cejur) e da Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Rio (Fesudeperj).
Promovido em parceria com a Secretaria de Educação do Município, onde acontecem as aulas, a iniciativa tem 60 participantes – sendo todos moradores das comunidades Mangueirinha, Centenário e Lixão. Realizado pela Coordenação Geral de Programas Institucionais (CGPI) e pelo Núcleo de Defesa de Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria, o curso é composto por 20 aulas, com cerca de duas horas de duração cada. Ao final, os participantes que tiveram 70% de frequência, receberão um certificado e um crachá de "Defensor(a) da Paz".
Na aula inaugural, a defensora Daniella Vitagliano, Coordenadora Geral de Programas Institucionais, explicou que as aulas abordarão temas relacionados ao exercício da cidadania e direitos diversos – como a definição de direitos humanos, direitos das mulheres, dos idosos e das crianças e adolescentes.
– E isso com a ajuda de outros recursos, como cinema, teatro e música. A ideia é despertar a necessidade de criticar, para então promovermos a mudança. Para mudar, precisamos saber o que está errado. Mas, para isso, precisamos conhecer nossos direitos. Sempre digo que a palavra chave desse curso é empoderamento. A gente espera que esse curso seja muito proveitoso e faça a diferença para vocês – afirmou a defensora.
A defensora pública Alessandra Bentes, titular da unidade da DPRJ em Duque de Caxias, ressaltou a importância do curso:
– O objetivo é fazer com que as pessoas saibam quais são os seus direitos, de forma acessível, para que saibam onde ir e como buscá-los. E a ideia é que vocês possam compartilhar isso, para que mais pessoas possam exercer a cidadania.
A aula inaugural contou com a participação do Teatro do Oprimido. A peça retratou situações comuns em muitos lares, vividas por uma família na qual o pai e provedor pouco participava da gestão da casa, e a mãe e a filha eram as únicas responsáveis pelos afazeres domésticos, em cumprimento ao “dever” de mulher.
As situações encenadas levaram os participantes à reflexão sobre os papéis impostos pela sociedade, machismo e patriarcado. Após um debate, os alunos puderam encenar com os atores uma versão final para as questões apresentadas na peça.
Daniela Lopes, da comunidade Mangueirinha, acredita que o projeto trará novas perspectivas aos participantes.
– A comunidade acolheu o projeto. São muitas as violações em nossa comunidade. Esse curso vai abrir a mentalidade e trazer novas perspectivas para toda coletividade – destacou.
Leia mais