Nota Pública

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro recebe com surpresa e indignação a afirmação do prefeito Marcelo Crivella de que as reações à tentativa de favorecimento envolvendo uma servidora do município não teriam ocorrido, caso ela fosse “uma defensora pública que morasse em Ipanema”, conforme noticiado com destaque pela imprensa. Ainda de acordo com o prefeito, a servidora por ele indicada para receber demandas de cirurgias e outros serviços de saúde estaria sendo vítima de preconceito por ser negra e moradora de comunidade.

Esta Instituição repudia toda forma de discriminação, seja por condição social, gênero, etnia, orientação sexual ou qualquer outra razão, tendo, inclusive, reconhecida atuação na defesa daqueles que tenham seus direitos violados por esta razão. No entanto, não podemos concordar com inferências acerca dos membros da Defensoria Pública, que têm a missão de zelar pelo interesse público, muitas vezes expondo irregularidades cometidas por autoridades constituídas. É este o nosso papel constitucional. A simples menção a um defensor ou defensora pública, seguida de comentários sobre seu suposto endereço, nos parece uma tentativa equivocada de desviar os olhares daquilo que realmente merece atenção: a efetiva prestação de contas sobre o destino das vagas em leitos e cirurgias, bem como a rápida solução para os graves problemas enfrentados pela saúde do município do Rio de Janeiro.



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