Seis dos dez formandos da terceira turma do Projeto Resgate, destinado à valorização e à reinserção profissional de pessoas em situação de rua, saíram da solenidade de conclusão de curso, nesta quarta-feira, 6, com emprego garantido pela empresa responsável pelo restaurante popular de Campo Grande, na Zona Oeste. Quase todos trabalharão na cozinha. É o caso de Shirley Miller, com anos de experiência como lancheira.

— Agarrei essa chance com vontade. Minha vida mudou e minha autoestima está nas alturas —, comemorou.

Parceria entre a Defensoria Pública do Rio e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, o Projeto Resgate oferece capacitação em direitos e deveres do empregado, noções de higiene pessoal e de trabalho em equipe. Nessa terceira edição, o grupo também recebeu apoio psicológico especializado.

— As questões emocionais que levam as pessoas à rua precisam ser enfrentadas de maneira adequada. Essas pessoas têm total condição de recuperar autonomia. O Resgate é pioneiro por garantir assistência social técnica, não assistencialismo —, resumiu a defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Carla Beatriz Nunes Maia.

Desde a estreia do projeto, cabe à Secretaria de Desenvolvimento buscar empresas-madrinhas dispostas a oferecer postos de trabalho aos alunos que concluam o curso.  Dessa vez, a Comissaria Aérea do Rio de Janeiro, administradora do restaurante popular, foi a convidada.

A secretária Clarissa Garotinho, presente à formatura, destacou que o projeto tem por finalidade também fazer frente ao preconceito contra as pessoas em situação de rua.

— A sociedade as vê como viciados em crack, vivendo sob viadutos, prestes a cometer delitos. Mas essa parcela da população que vive nas ruas tem muitas caras e está nessa situação por motivos vários —, disse.

Os quatro formandos não contratados receberam, além do certificado de conclusão, carta de encaminhamento a possíveis empregadores. 

Diretor-executivo da Comissaria Aérea, Leonardo Marques, saudou a oportunidade de se integrar ao Resgate.

— Como empresa, é nossa obrigação tentar retribuir o que a cidade e a sociedade nos deram —, comentou. 



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