Série fotográfica mostra, por meio do olhar das vítimas, os sentimentos guardados após as agressões
Se por aí as paredes têm ouvidos, na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) elas também têm olhos e são os de vítimas da violência de gênero no país. Registradas pelas lentes do fotógrafo Márcio Freitas, brasileiras que sofreram assédio, violência ou abuso sexual passam a estampar a fachada da sede da instituição e a chamar a atenção do povo na rua, por meio do olhar fotografado, para a gravidade do problema.
Também em temporada no MetrôRio, a exposição "Nunca me calarei" chegou à sede da DPRJ nesta segunda-feira (27) para mostrar, pelo olhar das mulheres, os inúmeros sentimentos vivenciados após as agressões.
– Esses olhares são um convite à reflexão sobre as múltiplas e disfarçadas formas de violência experimentadas diariamente por todas nós, mulheres. Eles dizem, não só ao público que passa, mas também a todos e todas que adentram a sede da Defensoria Pública que aqui, na Casa da Cidadania, esperamos encontrar o respeito e a parceria na busca da igualdade de gênero, sem a qual não há democracia – destaca a coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher da DPRJ (Nudem), Arlanza Rebello.
A sede da DPRJ fica na Avenida Marechal Câmara 314, no Centro do Rio.
Texto: Bruno Cunha
Fotos: Erick Magalhães