A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) acompanhou a reintegração de posse que resultou na saída de 180 famílias de uma fazenda em Silva Jardim, na Região dos Lagos, na manhã desta segunda-feira (6). Segundo a defensora Maria Júlia Miranda, coordenadora do Núcleo de Terra e Habitação (Nuth) da instituição, 70 homens do Batalhão de Choque foram convocados para a ação, por isso havia preocupação quanto a um eventual confronto. Ela conta que a saída das famílias, que ocupavam a propriedade desde o fim de dezembro do ano passado, foi pacífica.
– Houve a reintegração, mas pacífica. As famílias já tinham retirado seus pertences durante o fim de semana. Uma parte acampou em área uma área próxima à fazenda – afirmou a defensora, que participou da ação acompanhada da defensora Nathalia Milione, titular da sede da DPRJ em Silva Jardim, e de outros integrantes do Nuth.
A Defensoria havia protocolado, na última quinta-feira (3), um pedido ao juiz da comarca de Silva Jardim para que suspendesse a reintegração. Os defensores do Nuth argumentaram que os autores do pedido de reintegração de posse não comprovaram serem os donos de toda a área conhecida como Fazenda Santa Maria e que a liminar concedida para autorizar a reintegração tampouco delimitava a área da propriedade que deveria ser reintegrada.
Os defensores destacaram ainda que, além das pessoas que recém ocuparam a parte da fazenda que faz divisa com a Fazenda Lagoa Feia, que pode ser de propriedade da União, a ação poderia prejudicar outras famílias que possuem lotes na região há pelo menos 30 anos.
– Nos certificamos na reintegração desta segunda que os moradores antigos continuassem mantidos em suas casas – destacou Maria Júlia.
A Defensoria continuará atuando no processo com o objetivo de provar que a área que estava ocupada não pertence aos autores, que são conhecidos na região como grileiros.