A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro repudia as declarações do Secretário Nacional de Juventude de que "deveria ocorrer uma chacina por semana", publicadas nos principais veículos da imprensa nacional nesta sexta-feira (6).
Não é admissível, em um país onde não há pena de morte, que se defenda publicamente o homicídio em massa da população vulnerável que superlota o sistema carcerário.
Vale ainda destacar que ser ou não filho de policial em nada deveria mudar a percepção de uma problemática abrangente que, ao fim e ao cabo, agride toda nosa sociedade. Regozijar-se com a morte de centenas de cidadãos brasileiros, independentemente dos fatos praticados (ou não) que os tenham conduzido ao cárcere, está em total desarmonia com os fundamentos da nossa Constituição.
A cada dia mais e mais brasileiros, de todos os lados, são vítimas de mortes violentas país a dentro, e absolutamente nada que compactue com a perpetuação da retirada de vidas mostra-se alinhado ao ordenamento jurídico.
Na semana em que ocorreram dois dos maiores massacres da história do país, bem como é colocada em xeque a política de superencarceramento, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro entende que práticas ilícitas e que remontam a tempos arbitrários sequer devem ser cogitadas por autoridades públicas, devendo prevalecer políticas que respeitem o estado democrático de direito.