Cerca de 30 adolescentes passaram a madrugada na Polícia

 

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro vai solicitar, por ofício, à Secretaria Estadual de Segurança que esclareça os motivos da apreensão de cerca de 30 adolescentes que participaram de manifestação nas proximidades do Engenhão, na tarde da última sexta-feira (12).  O grupo foi liberado após passar a madrugada de sábado na Cidade da Polícia, no Jacaré, para onde foi conduzido pela Polícia Militar.

A coordenadora de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cdedica) da Defensoria, Eufrasia Maria Souza das Virgens, se reuniu nesta segunda (15) com alguns dos meninos e meninas apreendidos.  A defensora explicou que vai cobrar também providências quanto à abordagem dos PMs no momento da apreensão dos jovens.

Segundo relatos de alguns deles, os policiais invadiram uma residência particular, no Méier, cujo proprietário havia autorizado a entrada dos manifestantes. Em seguida, interceptaram um ônibus, fizeram todos os passageiros descer e obrigaram os manifestantes a embarcar. Conduzido à Cidade da Polícia, o grupo teria sido submetido à revista vexatória e a xingamentos.

– Precisamos saber com clareza o motivo pelo qual esses adolescentes foram autuados, bem como obter mais informações sobre a abordagem policial. Os relatos dão conta de que os manifestantes foram dispersados com bombas de efeito moral. Um dos meninos foi ferido por um tiro de bala de borracha – disse Eufrasia.

Os relatos sobre o episódio de sexta-feira foram feitos à defensora pública após reunião com estudantes do ensino médio para  detalhamento de propostas de melhoria do ensino e de infraestrutura da rede estadual. A reunião estava prevista no calendário de negociação que levou ao fim da ocupação das escolas.

Texto: Valéria Rodrigues.

 



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