A Ronda de Direitos Humanos percorreu, na madrugada de sexta-feira (29), a Lapa e imediações para identificar e coibir práticas que violem os direitos da população em situação de rua. A ronda é uma iniciativa que reúne a Defensoria Pública do Estado, a Defensoria Pública da União, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, dentre outras entidades, com objetivo de colher depoimentos de quem está na rua, principalmente quanto a violências praticadas por policiais militares, guardas municipais e outros agentes da ordem pública.
Desde março, quando a primeira Ronda de Direitos Humanos foi realizada, foram constatados 35 casos de moradores em situação de rua constrangidos ou agredidos. Segundo a defensora pública Carla Beatriz, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, o número de denúncias tem sido maior nos últimos dias, por conta da proximidade das Olimpíadas.
– As pessoas têm sido obrigadas a se afastar dos locais mais movimentados, em que circulam turistas. Muitos deixaram o Centro à força ou se afastaram por medo. Há intimidação e retirada de pertences pessoais – conta.
Na próxima quarta-feira (3), às 14h, esses e outros pontos serão abordados na audiência pública Violações de Direitos Humanos e População de Rua. O evento contará com a presença de representantes das entidades e organizações parceiras da ronda e de moradores em situação de rua. Também foram convidadas autoridades de órgãos ligados ao assunto. A audiência publica será na sede da Defensoria Pública do Rio, na Avenida Marechal Câmara 314, 2º andar, Castelo.
Texto: Valéria Rodrigues.
Imagens: Erick Magalhães.