No Maio Verde, os defensores públicos da Região 9 (Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Paraty e Seropédica) participam de três ações sociais para garantir assistência jurídica a comunidades afastadas dos centros urbanos e que não contam com serviço de transporte farto. A iniciativa contempla áreas mais pobres da Costa Verde, onde vivem também pescadores, quilombolas, indígenas e caiçaras.

O calendário foi aberto em Paraty, no último dia 30, com atendimento ao bairro de Laranjeiras. Parte dos assistidos viria da Praia do Sono, a apenas dez minutos de barco, mas o mar batido não permitiu o deslocamento das famílias. Uma equipe da Defensoria, formada por dois defensores, servidores e estagiários, então, optou por ir até o local, por trilha. Foram onze quilômetros de caminhada em meio à vegetação, somadas ida e volta.

- É comum que pessoas dessas comunidades relatem dificuldades de acesso aos serviços da Defensoria, por conta da escassez de transporte. A ida de defensores a locais remotos é uma maneira de celebrarmos o mês da Defensoria – explica o coordenador da Região 9, André Bernardes Lopes.

Em Laranjeiras e na Praia do Sono, o coordenador e as defensoras Patrícia Gonçalves Nascimento e Richanne Mota de Souza emitiram 159 ofícios de gratuidade para segunda via de identidade. A procura por casamento foi expressiva: cinco por habilitações e cinco para distribuição. Também houve dez audiências com a participação do Tribunal de Justiça e do Ministério Público. Das 8h às 16h, realizaram-se exatos 301 atendimentos, segundo estatística da Campanha Permanente, que também integrou a ação social, realizada em parceria com a Prefeitura de Paraty e colaboração do Detran.

No próximo sábado (14), os defensores André e Patrícia, acompanhados pela colega Barbara Eden, vão à Vila do Abraão, em Ilha Grande, Angra dos Reis. No dia 28, a Defensoria Pública atenderá em Bracuí, localidade de Angra a pelo menos uma hora de carro do centro. Nas imediações, vivem cerca de 130 famílias quilombolas e há uma aldeia guarani.

- As questões dos moradores dessas comunidades não são muito diferentes das que constatamos nos lugares mais humildes. Nosso papel é ouvi-los e atendê-los no que for possível. É a Defensoria indo onde o povo está. Seja aonde for!" – resume André Bernardes Lopes.

Texto: Valéria Rodrigues



VOLTAR