O 7º Núcleo Regional de Tutela Coletiva da Defensoria Pública enviou, na última quinta-feira, 3, ao Município de Nova Friburgo, na Região Serrana, duas recomendações para que sejam tomadas medidas capazes de garantir o bom funcionamento do setor de radiologia do Hospital Municipal Raul Sertã e de aparelhos utilizados pela Maternidade Municipal Dr. Mario Dutra de Castro, inclusive para ultrassonografia.
Em outubro, vistoria realizada pela equipe da Defensoria e pelo Laboratório de Ciências Radiológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LCR-UERJ), revelou que as máquinas estão descalibradas e que faltam EPIs (equipamentos de proteção individual) para técnicos, pacientes e acompanhantes eventuais. A veste de chumbo, por exemplo, está rasgada. Os aparelhos de ar condicionado estão com defeito, o que pode causar danos ao maquinário da radiologia.
Além disso, a inspeção verificou paredes com rachaduras, sala de revelação sem exaustão, mofo nas instalações e ambiente de descanso inadequado. Foi constatado também que o dosímetro, aparelho para medir o nível de radiação a que o profissional é exposto, nem sempre está disponível.
— O setor de radiologia se encontra em péssimas condições estruturais, e a parceria com a UERJ foi fundamental para que fosse tecnicamente demonstrado que estão descalibrados até mesmo alguns aparelhos que aparentavam estar em boas condições e que, assim, precisam passar por manutenção para garantir atendimento de qualidade à população — destacou a defensora pública do 7º Núcleo Regional de Tutela Coletiva, Maísa Sampaio.
A Prefeitura de Friburgo tem 90 dias, que expiram na segunda quinzena de janeiro, para responder às recomendações da Defensoria, com esclarecimentos sobre as providências adotadas no Hospital Raul Sertã e na Maternidade Dr. Mario Dutra de Castro, especialmente quanto à calibragem e conformidade dos aparelhos.
Nos últimos meses, desde que a crise no setor de radiologia do Hospital Raul Sertã se agravou, houve reuniões e vistoria também do Conselho Municipal de Saúde. No início de outubro, os funcionários entraram em greve por melhores condições de trabalho. A Defensoria Pública acompanha o caso desde junho, quando a Câmara de Vereadores ouviu, em audiência pública, técnicos e a direção do Raul Sertã sobre denúncias de equipamentos defeituosos e falta de itens de segurança.