A noite de estreia do documentário "Paixão Verde: a Defensoria Pública do Rio de Janeiro em suas primeiras décadas" foi marcada pela emoção de ver a história da DPRJ nas telas do cinema. O filme faz parte do Projeto Memória, que tem como objetivo preservar a história e, ao mesmo tempo, homenagear aquelas(es) que, em condições adversas, construíram as bases da instituição no estado do Rio de Janeiro.
O evento aconteceu nesta segunda-feira (26), na Estação NET, em Botafogo, e contou com uma solenidade de homenagem aos defensores e defensoras públicas aposentadas(os) que participaram da produção do longa-metragem.
A sessão de lançamento do documentário foi dedicada à Maria Nice Miranda, primeira mulher a ingressar na carreira em 1978. Aos 93 anos, a defensora aposentada fez questão de sentar na primeira fileira e se emocionou ao rever os colegas com quem trabalhou.
– Na Defensoria eu me sentia na minha casa, na minha família. O trabalho era muito difícil porque era só eu de mulher, então qualquer coisa que acontecesse, eles falavam que era para eu ir. Eu me aposentei, mas meu coração continua lá. Foi muito emocionante relembrar o passado dessa forma – contou Maria Nice.
Juliana Lintz, presidenta da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Rio de Janeiro (Adperj), também presente no evento, ressaltou que o documentário é uma iniciativa importante na reverência àquelas(es) que começaram a luta pelo acesso à justiça no estado.
- Hoje é um dia muito especial e eu tenho muita alegria de ter participado da produção desse projeto. A gente só consegue avançar quando conhecemos a nossa história. Quanta luta já aconteceu para estarmos aqui hoje, destacou Lintz.
Projeto Memória
O documentário “Paixão Verde” traz depoimentos sensíveis e verdadeiros das primeiras defensoras e defensores que ingressaram na carreira relatando o começo da DPRJ. Situações mais sentimentais da dura trajetória para conquistar os direitos e garantias que existem hoje são algumas das temáticas trazidas pelo filme.
Com realização do Centro de Estudos Jurídicos da DPRJ (Cejur) e produção da Hey Filmes, as gravações tiveram início em maio deste ano e foram realizadas 26 entrevistas que contém importantes relatos sobre a árdua caminhada da Defensoria até os dias atuais.
– Foi uma grande alegria para o CEJUR realizar esse documentário, rememorando histórias e casos incríveis. Hoje, temos uma Defensoria autônoma e bem estruturada, mas é fundamental não esquecer toda a luta que foi necessária para chegarmos ao ponto atual – disse o diretor do Centro de Estudos, defensor José Augusto Garcia de Sousa.
Além dos relatos, o filme também conta com um momento especial de mensagens das(os) aposentadas(os) para as(os) defensoras(es) que estão iniciando, com conselhos de quem viu a casa da cidadania ser construída.
– Poder contar a história de uma Instituição tão necessária na nossa sociedade é sem dúvidas um privilégio. A Defensoria do Rio tem uma trajetória muito bonita e que merece ser contada em uma tela tão grande assim. Foram mais de 40 horas de material bruto que conseguimos condensar nessa narrativa. – explicou o diretor do filme, Flávio Romeo.
Para o documentário, foram entrevistadas as seguintes aposentadas e aposentados: Adilson Vieira Macabu, Alódio Moledo dos Santos, Célio Erthal Rocha, Célio Lopes de Souza, Edilson Miranda Henriques, Elmar Rodrigues Martins, Geraldo dos Santos Machado, Helina de Moura Luz Rocha, Ideel Coelho Silva, Iédio Rosa da Silva, Jane Rezende Medina, José de Souza Gama, Liszt Benjamin Vieira, Luiz Alberto de Souza Lemos, Manoel de Brito Varela, Maria Nice Leite de Miranda, Marilena Rocha Lovisi, Nilton Dias Martins, Orlindo Elias Filho, Paulo Edmundo Augusto Lopes, Rafeles Faria, Roberto Patrício Netuno Vitagliano, Sylvio Alvares da Cunha Filho, Tania Marcia Autuori Spitz, Telma de Freitas Ráfare e Valdemiro Garrido.
Veja as fotos do lançamento aqui.
Texto: Jéssica Leal.