Atendimento realizado pela Defensoria do Rio trouxe esperança para donos e possuidores de imóveis do "Prédio da Caixa", em Niterói. 

 

Na última sexta-feira (12), a Defensoria do Rio de Janeiro realizou uma ação social com o objetivo de fazer um levantamento de possuidores e proprietários do ‘Prédio da Caixa’, localizado no Centro de Niterói, região metropolitana. 

A ação ocorreu no Terminal Rodoviário Roberto Silveira, 4º andar, das 9h indo às 15h. Setenta e oito famílias que foram atendidas previamente tiveram a oportunidade de participar dessa ação promovida pelo 6º Núcleo Regional de Tutela Coletiva e pelas Coordenações de Saúde e Tutela Coletiva. 


—  A ação social é muito importante para que seja definida a melhor forma de garantir os direitos dos atingidos pelo decreto de desapropriação e viabilizar eventual acordo com  o Município — disse Renata Góes, defensora do 6º Núcleo Regional de Tutela Coletiva.
 

3 anos depois do despejo no prédio

O Edifício Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como "Prédio da Caixa", no Centro de Niterói, foi construído na década de 60. Após passar por diversas gestões que não obtiveram sucesso, o prédio foi desapropriado e passou a ser ocupado por pessoas de baixa renda.

Com 382 unidades habitacionais e 13 lojas, o “Prédio da Caixa” foi desocupado em 2019, após uma ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apontar condições precárias e risco de incêndio no local. 

— Eu residi no prédio da caixa por mais de 30 anos, atualmente eu recebo um aluguel social de R$ 782,00. Assim que fui despejada eu não recebi esse benefício, assim como muitas famílias não receberam até hoje. Minha primeira parcela recebida foi em outubro de 2021. Eu e minha família chegamos a passar fome por conta disso tudo – relatou a ex-moradora do edifício, Soneide dos Santos.

 

Histórias que tomaram rumos diferentes 

Segundo relatos de ex-moradores do edifício, muitas famílias ainda se encontram em situação de vulnerabilidade por não receberem o aluguel social, tendo como único caminho as calçadas do antigo “prédio da caixa”.

— Ainda existem pessoas que não tiveram acesso ao aluguel social, de vez em quando eu tenho conhecimento de algumas famílias que conseguiram a aprovação recentemente, mas ainda existem pessoas que se encontram até em situação de rua. A Amaral Peixoto está cheia deles. – afirmou Lindalva Carvalho, ex-moradora do edifício.



Expectativa de um futuro melhor 


A ação promovida pela Defensoria do Rio de Janeiro dá novos rumos a essa longa história e é o passo inicial para que as(os) proprietárias(os) tenham a oportunidade de garantir o pagamento de suas indenizações pela desapropriação. 

— Minha expectativa é como uma esperança, uma luz no fim do túnel. Estava tão difícil conseguir esse retorno, mas graças ao trabalho do 6º Núcleo de Tutela Coletiva se iniciou a chamada do povo para vir se cadastrar porque poucas são as pessoas que possuem o documento dos imóveis – concluiu Lindalva. 
 

Texto e fotos: Aurélio Júnior



VOLTAR