O futuro de crianças e adolescentes em situação de acolhimento familiar e institucional já está sendo traçado a lápis, inclusive de cor, no Concurso de Redação e Desenho Palavra Viva. Com o lançamento da iniciativa da Defensoria Pública do Rio, realizada em parceria com a prefeitura, diretores das instituições e as próprias famílias acolhedoras deverão inscrever centenas de meninos e meninas a partir da abertura do período oficial para o procedimento, na terça (17). 

O concurso encerra as comemorações dos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e foi lançado oficialmente no Teatro Alcione Araújo, nas dependências da Biblioteca Parque Estadual, no Centro. Após apresentações de bonecos de luz e de artistas - entre eles, meninas cantoras -, os organizadores abriram o prazo para a inscrição de trabalhos que expressem o que os participantes esperam do futuro. 

- Eu acredito que a beleza é uma dimensão constitutiva do ser humano e essa inciativa abre essa porta para as crianças e os adolescentes. Eu espero que a Defensoria cada vez mais participe de projetos como esse - desejou o 1º subdefensor-geral do Estado, Jorge Augusto Pinho Bruno.

Para a faixa etária dos 3 aos 7 anos, o tema escolhido para o concurso é “O que eu quero ser quando crescer?”; a partir dos 8 anos, a pergunta será “Como eu me imagino aos 25 anos?”. Ao final, os primeiros colocados em cada uma das 10 categorias receberão um tablet como prêmio. Quem ficar em segundo e em terceiro lugar será agraciado com um vale-presente apresentado em loja ainda em fase de escolha.

- O concurso garante às crianças e aos adolescentes o Direito à participação e à oitiva, ou seja, à expressão. Garante o direito de ter a sua opinião considerada e ouvida em qualquer espaço, conforme previsto no ECA e na Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente. Não podemos esquecer que eles, como pessoas em desenvolvimento, devem ser estimulados - observa a coordenadora de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da DPRJ (Cdedica), defensora pública Eufrásia Maria Souza das Virgens.

Atuante na Cdedica, a defensora pública Elisa Cruz destacou os objetivos do concurso:

- A ideia do grupo de pessoas que abarcou essa iniciativa é dar voz, cultura, chance e visibilidade às crianças em acolhimento familiar e institucional. É permitir que possam, através de manifestações artísticas, apresentar ao mundo a infância deles e que são crianças, têm sonhos, desejos e merecem ter a proteção de tudo isso. O concurso será um grande movimento coletivo de escuta para que a gente nos ouça e para que nós, da área da infância, possamos pegar um pouquinho desses sonhos e desses desejos para trabalhar mais ainda, avançando e concretizando os sonhos deles - afirmou.

O vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, concordou com ela:

- A gente tem o desafio de ajudar essas crianças a sonhar de novo. Não tenho dúvidas de que, através do Concurso de Redação e Desenho, abriremos portas para a leitura e a literatura e, principalmente, para sonhar em um momento tão importante da vida dessas crianças - discursou o vice-prefeito.

Muito empolgada com o concurso, a secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Cosentino, colocou o órgão e também a Fundação Para a Infância e Adolescência (Fia) à disposição de todos para uma possível participação no projeto.

- Vim pela alegria de saber que duas instituições tão importantes, como a secretaria municipal e a Defensoria Pública, se uniram para fazer um concurso como esse. Eu costumo brincar que falta o direito a sonhar no artigo quarto do ECA - descontraiu.

Mas, em seguida, completou:

- Se uma criança está em situação de acolhimento é porque essa é a melhor alternativa para ela. Sua vida não é fácil e, por isso, a gente tem que dizer para essa criança: sim, você será protegido. Não, não vai acontecer de novo. E sim, você pode olhar para frente, você tem futuro e ele é bonito - discursou Teresa.

As inscrições estão abertas até o dia 10 de dezembro e o resultado do concurso será divulgado no dia 21 de dezembro.

Também estiveram presentes no lançamento do concurso o 1º subdefensor público-geral, Jorge Bruno; o secretário municipal de Proteção Especial, Rodrigo Abel; o coordenador do Museu de Arte Moderna (MAM), Luiz Pizarro; o coordenador da Flupp, Écio Salles; e as defensoras públicas da Cdedica, Daniela Calandra e Lara Alondra.

Texto: Bruno Cunha

Foto: Divulgação / Aline Magno



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