A Defensoria Pública do Rio acompanhará as investigações da execução de três dos cinco jovens fuzilados por PMs no sábado (28), em Costa Barros, na Zona Norte da cidade. Procurada por familiares de Wilton Esteves Domingos Junior, de 20 anos, e Wesley Castro Rodrigues, de 25 anos, a instituição fluminense assumiu os casos e também anunciou, em entrevista coletiva concedida na segunda (1º), que vai propor ao Estado um acordo extrajudicial para a reparação dos danos morais e patrimoniais sofridos pelos parentes. Na quinta-feira (3), foi a vez de os familiares de Roberto de Souza Penha procurarem o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) para buscar auxílio.

A coletiva aconteceu no auditório do segundo andar da sede da Defensoria Pública com a presença do defensor-geral do Estado, André Castro; do coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ (Nudedh), Fabio Amado; e do defensor público Daniel Lozoya; além de Rosiléia Castro Rodrigues e Julio Cesar Arouca Pitanguy, pais de Wesley; e de Rafael Mota, primo de Wilton.

– A Defensoria Pública manifesta a sua mais profunda indignação com esse episódio, infelizmente marcado na trajetória de violência do Estado do Rio de Janeiro. É preciso uma reflexão imediata sobre a adequação da atuação das Forças de Segurança no nosso estado e no país, tamanho o grau de insegurança e de vulnerabilidade da sociedade. Precisamos da intensificação e da adoção de medidas imediatas e eficientes não apenas a curto prazo, mas também a médio e a longo prazos – cobrou André Castro, que chamou a atenção para o fato de os cinco adolescentes serem jovens, pobres e negros, grupo que mais sofre com a violência.

À espera dos familiares das demais vítimas, Fabio Amado adiantou que a Defensoria Pública  prestará assistência e orientação jurídica gratuitas, lançando mão de todos os meios necessários para assegurar os direitos dos parentes dos jovens.

– A vida é valor inestimável e a dor da família é insuportável, mas existe uma responsabilidade do Estado e ele deve pagar por isso. Se, a princípio, o resultado buscado não for satisfatório, vamos utilizar de todos os meios para fazer Justiça. Estaremos aqui para orientar as famílias que nos procuraram e também as que poderão nos procurar não só nas questões criminais, mas também nas Cíveis e Patrimoniais – explicou Fabio Amado, que classificou o episódio como uma carnificina.

Com relação a essas duas matérias, o Nudedh vai propor um acordo extrajudicial ao Estado para a compensação às famílias pelos danos morais e patrimonais sofridos.

– Não tenho mais orgulho de dizer que sou brasileira. Fazer Justiça não vai trazer meu filho de volta, mas preciso acreditar nela – declarou Rosileia.



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