A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro conseguiu, na quarta-feira, 4, no Tribunal do Júri de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, absolvição de Gabriel Fernandes Araújo, um dos acusados de participarem da execução de Igor Oliveira Falcão, em janeiro do ano passado. Gabriel e Paulo Roberto Pereira Bruno eram acusados de segurarem a vítima no local do crime, até a chegada do assassino. Paulo Roberto foi representado por advogado particular e absolvido na mesma sessão de julgamento.
A defensora pública Anna Carolina da Costa Vieira, que atuou na defesa de Gabriel, argumentou diante dos jurados não haver provas de que ele tivesse combinado com o autor dos disparos manter a vítima imobilizada para a consumação do crime. Segundo ela, Igor havia cometido roubo nas imediações e fora mantido imobilizado por Gabriel à espera da polícia, já que diversos populares que presenciaram os fatos informaram que esta já havia sido acionada.
- Não restou provado nenhum prévio ajuste de conduta entre eles. Nada indica que Gabriel, que era réu primário, conhecia as intenções do atirador - resume a defensora pública.
A morte de Igor foi filmada por um cinegrafista e circulou pelas redes sociais. As imagens mostram os outros dois acusados, Cleiton da Conceição Antônio de Miranda e Douglas Idael Pereira Ramos, chegando ao local de moto. No vídeo, Douglas, que continua foragido, dispara três vezes contra Igor.
A pedido da defensora Anna Carolina, o julgamento de Cleiton, que também seria realizado na quarta-feira, foi adiado para o próximo dia 24. Cleiton, que está preso há mais de um ano, será representado por outro defensor público. Anna Carolina explicou que há “colidência de defesa”, ou seja, a tese favorável a Gabriel Fernandes Araújo é conflitante com a defesa de Cleiton, razão pela qual estaria impedida legalmente de atuar por ambos os acusados.