Parece ficção mas aconteceu na vida real. Uma jovem de Nova Iguaçu, na baixada fluminense, que desde pequena buscava saber quem era seu pai, conseguiu encontrá-lo em uma rede social. Foram quase 20 anos de busca até que, um dia, um clique certo conectou os dois. Mayara Cristine Soares dos Reis, 27 anos, procurou então a Defensoria Pública do Rio para realizar o exame de DNA que ajudará a comprovar a paternidade e, com isso, incluir o nome de Celso Luiz Cotrim, em seus documentos. A entrega do resultado, que comprovou a paternidade ocorreu nesta segunda-feira (30), na sede Enedir Adalberto dos Santos.
- Estou muito feliz de ter conseguido encontrar meu pai. Mais feliz ainda que ele me aceitou bem. Estava morrendo de medo da rejeição, mas ele me disse que sou seu melhor presente, afirma a jovem que também é mãe de uma menina de seis anos.
Mayara conta que começou a busca por seu pai ainda pequena. Com a ajuda de uma tia, percorria a internet atrás de informações. Os anos se passaram e, sabendo o nome e o bairro em que seu provável pai morava, ela finalmente o encontrou.
- Foi uma surpresa, mas também uma alegria. Me tornei pai e avô, ao mesmo tempo, comenta Celso Cotrim, 58 anos.
A busca de auxílio para comprovação de vínculo familiar através da coleta de material genético é frequente na Defensoria do Rio, conforme relata Andrea Cardoso, coordenadora do Núcleo de DNA da DPRJ.
- No ano passado, mais de 50 milhões de crianças brasileiras foram registradas sem o nome do pai em seus documentos. Tudo indica que caso da Mayara, que buscava o pai desde a infância, terá um desfecho feliz para uma história que se repete diariamente em no Brasil. Nós da Defensoria ficamos satisfeitos por poder auxiliar nesse tipo de encontro que é de afeto, mas também de cidadania – conclui Andrea.
O Programa de DNA da DPRJ foi implementado em 1996, de forma pioneira. O Programa realiza exames in vivo e post mortem para investigação de paternidade, maternidade, retificação de óbito e comprovação de vinculo genético de parentesco, visando a garantir o direito de cidadania através da informação de origem paterna e/ou materna.
Veja as fotos do dia da entrega do resultado do exame de DNA aqui.
Texto: Clara Araújo
Fotos: Matheus Reis