Nova coordenadora do Nudiversis aposta no 'diálogo do amor'

23 de setembro de 2021 às 10:00

'Diálogo do amor' é a chave para mudar cenário de preconceito e violência, diz nova coordenadora do Nudiversis

Xô preconceito! A nova coordenadora do Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos, Mirela Assad, chega ao Nudiversis com muita vontade de fazer a diferença na luta pelos direitos da população LBGTQIA+. Para a defensora, fortalecer o diálogo do amor é a melhor forma de mudar o cenário de preconceito e violência que envolve o tema. 

Natural do Rio de Janeiro, a defensora sempre soube que queria ajudar as pessoas. Foi assim que depois de 10 anos construindo uma carreira de sucesso no setor de tecnologia, decidiu mudar de área e ir cursar a faculdade de Direito. A identificação aconteceu logo de cara e não muito tempo depois, Mirela estava sendo aprovada no XXI concurso para a Defensoria Pública.

— Nos primeiros sete anos de carreira fui defensora pública substituta. Em 2013 consegui minha primeira titularidade na comarca de Mendes, no Sul Fluminense. Ali, minha atuação foi muito forte na parte extrajudicial, onde pude me envolver na causa LGBTQIA+ realizando diversas palestras sobre o tema nas escolas da região. Percebi que a maioria das crianças e adolescentes desta nova geração é despida de preconceitos e que a educação é muito mais eficiente para fortalecer a pauta do que a judicialização — conta Assad. 

À frente da coordenação do Nudiversis, Assad pretende defender e reparar injustiças e discriminações, no sentido de assegurar da forma mais aguerrida possível todos os direitos civis das pessoas LGBTQIA+. A defensora também destaca uma maior preocupação com a população trans, que teve a situação de extrema vulnerabilidade social impactada pela crise sanitária do coronavírus. 

— Neste início de atuação, precisamos ter um cuidado maior com a questão do processo transexualizador das pessoas trans, uma vez que esta pauta vem sendo negligenciada pelo poder público há anos e que foi afetada pela pandemia. Essas pessoas estão em flagrante sofrimento — afirma a defensora.

Texto: Jéssica Leal