A maior parte das pessoas que integram a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) se autodeclara branca, segundo as categorias utilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o que mostra o Censo Étnico-Racial promovido pela Coordenação de Promoção da Equidade Racial (Coopera) da instituição, que será divulgado às 10h desta sexta-feira, em um webinar no Youtube. 

A pesquisa contou com a adesão voluntária de 1.157 integrantes – dentre defensoras, defensores, servidoras e servidores, estagiárias, estagiários, residentes jurídicos e profissionais terceirizados. Do total de participantes do censo, 55,1% se autodeclararam brancos. Se autodeclararam negros 43,8%. Na sequência, destacam-se as categorias amarela (0,9%) e indígena (0,3%). O censo utilizou as classificações do IBGE para saber quem são as pessoas que compõem a Defensoria Pública e o que pensam sobre o racismo e as desigualdades decorrentes dele.

Segundo o censo, a proporção de pessoas brancas é maior entre os defensores (86,2%) e residentes jurídicos (65,1%). Entre os estagiários e servidores, a relação se apresenta mais equilibrada. Porém, ainda se verifica a prevalência de brancos, com 50,9% no primeiro grupo e 53,4% no segundo, em comparação com os negros, que somam 47,9% e 45,7%, respectivamente em cada grupo. Em relação aos terceirizados, os negros são maioria (64,8%).  

Atualização cadastral

Em conjunto com o Censo, foi realizada atualização dos registros funcionais dos integrantes da instituição – que foi obrigatório. Nesse levantamento, 61,4% pessoas se declararam brancas; e 37,3%, negras. As categorias amarelos e indígenas representam 1% e 0,4%, respectivamente. 

O censo e a atualização cadastral foram realizados no período de 18 de março a 20 de junho de 2021 e coletou informações pessoais e o perfil social e familiar, assim como a percepção das relações raciais na Defensoria Pública e na sociedade brasileira. 

– Além de funcionar como um instrumento para provocar conscientização e reflexão sobre o tema na instituição, os dados coletados durante quatro meses de pesquisa serão primordiais na produção de um diagnóstico oficial das relações raciais na instituição e na criação de novas políticas que garantam maior diversidade e democracia racial – explicou a defensora Daniele da Silva de Magalhães, coordenadora do Coopera. 

Divulgação

Os números revelados pelo censo serão debatidos durante um evento on-line nesta sexta-feira (27), às 10h, no canal da Defensoria no YouTube. Além da coordenadora do Coopera, participarão da abertura do evento o defensor público geral, Rodrigo Pacheco; a presidenta da Adperj, Andrea Sena; e o presidente da Associação dos Servidores da Defensoria Pública do Estado do Rio (Asdperj); Gustavo Belmonte. 

O relatório será apresentado pela diretora de estudos e pesquisas de acesso à Justiça da DPRJ, Carolina Haber. O debate dos dados ficará a cargo da representante do Fórum Justiça, Ana Paula Sciammarella, e da coordenadora de Criola, Lúcia Xavier. A mediação será feita pela subcoordenadora da Coopera, Adriana Brito.

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