Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (09) fez graves alertas a respeito das condições climáticas mundiais. De acordo com o levantamento, o aquecimento global pode elevar a temperatura do planeta em 1,5 grau já em 2030, cerca de dez anos antes das estimativas traçadas anteriormente. Na Defensoria Pública do Rio de Janeiro, a preocupação com o tema tem ganhado cada vez mais espaço desde a criação da Comissão de Gestão Ambiental (CGS) em janeiro de 2020.
De lá para cá, uma das principais medidas foi o lançamento do Preserve, programa de sustentabilidade da Defensoria que busca subsidiar a implementação de uma política socioambiental na instituição. Para isso, a CGS está realizando uma pesquisa com o objetivo de identificar práticas sustentáveis e mensurar a consciência ambiental dos integrantes da DPRJ. A partir da identificação de comportamentos e padrões de consumo, será possível definir ações prioritárias, além de detectar temas sensíveis para o desenvolvimento de cartilhas, campanhas, eventos e capacitações.
- É importante que os projetos sejam estruturados para garantirmos maior adesão, solidez e permanência. Reconhecer a problemática ambiental e entender a influência direta dos nossos atos é o primeiro passo para que a mudança de fato aconteçam - disse Camila Valls, representante do Controle Interno da Defensoria na CGS.
Divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, o estudo em questão prevê ainda que a temperatura global subirá 2,7 graus em 2100 se o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa não for reduzido. De acordo com a pesquisa, há um alto risco de desastres “sem precedentes”, em que as principais consequências serão ondas de calor e inundações. Esses efeitos puderam ser observados em diferentes ocasiões nas últimas semanas. Na Europa, mais de 180 pessoas morreram após enchentes que atingiram principalmente a Alemanha; enquanto na América do Norte, o Canadá sofreu com a alta da temperatura, que chegou aos 49 graus e também deixou centenas de mortos.
Além do Preserve, outra ação da Defensoria foi a adesão à Agenda Ambiental de Administração Pública (A3P), um programa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que tem como objetivo estimular os órgãos públicos do país a adotarem práticas sustentáveis em suas rotinas. A CGS entende que a adesão é uma forma não só de aproveitar as orientações do programa, mas também fortalecer esta importante ferramenta do Governo Federal, que visa também a adoção de novos referenciais em busca da sustentabilidade, incentivando o uso de tecnologias eficientes que poupem matéria-prima e priorizem a reutilização de insumos.
O estudo da ONU aponta ainda consequências irreversíveis, como o degelo dos polos, que fará com o que o nível dos oceanos continue aumentando a longo prazo. Caso o aquecimento global seja mantido nas taxas atuais, o mar, que já subiu 20cm desde 1900, poderia aumentar mais meio metro até 2100. A próxima reunião mundial que irá discutir as previsões e medidas para evitar desastres climáticos ainda maiores é a COP26, que acontece em Glasgow, no Reino Unido, no próximo mês de novembro.
Texto: Fernanda Vidon.