A psicanalista e colunista da Folha de S. Paulo, Vera Iaconelli, foi a convidada para a palestra do encontro, que teve como tema os “Desafios na pandemia”. Ao destacar o momento de vulnerabilidade social agravado pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos, ela explicou que a perda de direitos e a dificuldade no acesso à justiça contribuem para a formação de uma sociedade em que nem todos são considerados cidadãos, e ressaltou que o trabalho da Defensoria gira em torno de inverter essa lógica excludente.
Segundo ela, o grande diferencial da instituição é não só trabalhar para promover o acesso à justiça para todos, mas sobretudo reconhecer as dificuldades enfrentadas por cada grupo social e buscar maneiras de reduzi-las.
- Uma coisa é o direito, e o direito nós temos. Os defensores e defensoras estão aí para falar para as pessoas que não importa o quão pobres, o quão negras, o quão periféricas, o quão mulheres elas são. Elas têm direitos, são cidadãos e cidadãs. Mas não é só isso, porque isso está previsto na lei. É a forma como se faz isso. O que está na gratidão (dos assistidos e assistidas) é a forma como você são capazes de trazer isso para essas pessoas - ressaltou Vera Iaconelli, antes de concluir:
- Faz toda diferença para a saúde mental de uma pessoa ser reconhecida no seu sofrimento, encontrar algum nível de justiça, encontrar alguém com quem possa compartilhar. Na hora em que se reconhece, você está diante de dois seres humanos, e ser reconhecido tem um efeito profundamente terapêutico.
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Texto: Igor Santana e Fernanda Vidon.