No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Defensoria Pública do Rio vai promover, em seu canal no YouTube, nos dias 11 e 12 de março, um evento virtual sobre “Encarceramento Feminino em Perspectiva: 10 anos das regras de Bangkok”.  As regras de Bangkok foram estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), tornando-se o primeiro marco normativo internacional a traçar diretrizes para o tratamento das mulheres presas. 

Com o objetivo de abordar os desdobramentos de situações que permeiam a vida das mulheres assistidas pela instituição, a cerimônia de abertura ocorre na quinta-feira (11), às 19h. Já na sexta-feira (12), a programação terá início às 9h, com painéis de 50 minutos, divididos entre palestrantes e mediadoras, tanto no período da manhã quanto no da tarde. Ao todo, serão cinco mesas de discussão, além do encerramento, com a presença do médico e escritor Drauzio Varella. A série de webinários marca também o lançamento da pesquisa “Mulheres nas Audiências de Custódia”, que traz informações sobre o perfil das mulheres submetidas às audiências. 

— Março é o Mês da História das Mulheres e, neste ano de 2021, em que as Regras de Bangkok completam 10 anos de existência, não pudemos deixar de trazer à tona o tema do encarceramento feminino, aproveitando para lançar a pesquisa sobre mulheres nas audiências de custódia. O Brasil tem uma das maiores populações carcerárias femininas do mundo, composta, na grande maioria, por mulheres negras, pobres e periféricas. Essas mulheres se encontram inseridas em sistemas de justiça criminal e prisional essencialmente pensados e desenvolvidos para homens, e que não levam em conta as particularidades femininas, o que se aplica também às transexuais e travestis. Isso gera impactos desde o momento em que a mulher é presa e vem a responder a um processo penal, até o momento em que é condenada e passa a ter sua pena definitivamente executada, havendo reflexos drásticos do encarceramento tanto em sua saúde quanto em sua vida familiar. No evento, buscaremos abordar todos esses momentos e suas consequências, no intuito de permitir uma visão global sobre a problemática do encarceramento feminino e estimular a reflexão sobre esse tema - pontuou Isabel Schprejer, defensora pública e subcoordenadora de Defesa Criminal.

A realização do evento é uma parceria das coordenações de Defesa Criminal, de Defesa dos Direitos da Mulher e do Núcleo de Audiências de Custódia. Participam da mesa de abertura o defensor público-geral do Estado, Rodrigo Pacheco; a 2ª subdefensora pública-geral, Paloma Araújo; a coordenadora de Defesa Criminal, Lúcia Helena de Oliveira; a subcoordenadora de Defesa Criminal, Isabel Schprejer; a coordenadora do Núcleo de Audiências de Custódia, Mariana Castro; a subcoordenadora do Núcleo de Audiências de Custódia, Nathália Parente; a coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher, Flavia Nascimento; a subcoordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher, Maria Matilde Ciorciari; e o coordenador do Núcleo de Sistema Penitenciário, Daniel Diamantaras. A palestra de abertura tem como tema "Regras de Bangkok e o papel da Defensoria Pública: possibilidades e desafios”, e será ministrada pela defensora pública Patricia Magno.

Já na sexta feira (12), o primeiro encontro ocorre de 9h à 9h50, e tem como tema “Mulheres nas audiências de custódia”, enquanto a palestra seguinte, de 10h à 10h50 discute “Mulheres no banco das rés” e a palestra posterior, de 11h à 11h50, “Mulheres no sistema carcerário”. No período da tarde, de 14h às 14h50, a mesa debate a “Saúde da mulher no cárcere” e, de 15h às 15h50, os “Impactos do encarceramento sobre a vida família da mulher”. Às 16h, tem início a cerimônia de encerramento, com a palestra “Mulheres Prisioneiras", ministrada pelo médico e escritor Drauzio Varella, que irá abordar a experiência que viveu ao trabalhar na Penitenciária Feminina do Complexo do Carandiru. 

— No dia 8 de Março, marcado como Dia Internacional da Mulher, celebramos a importância da mulher na sociedade, e registramos a relevância pela luta de seus direitos, a conscientização de que é preciso avançar cada vez mais para cessar a violência contra as mulheres e evitar as desigualdades de gênero. As coordenações de Defesa Criminal, Custódia e Defesa da Mulher composta por seis mulheres apresentam relatório elaborado pela Defensoria Pública sobre o perfil das mulheres submetidas as audiências de custódia e lançam uma reflexão sobre os impactos do cárcere na vida destas, a fim de que as diversas áreas da Defensoria Pública possam continuar contribuindo com a garantia e preservação de seus direitos - pontuou Lúcia Helena, defensora pública e coordenadora de Defesa Criminal.

Veja a programação detalhada aqui

Texto: Fernanda Vidon

 



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